Hoje resolvi ouvir e postar essa música que curto muito chamada Andrea Doria, do álbum Dois (1986).
Como não se identificar com alguma canção dessa banda maravilhosa chamada Legião Urbana? Também acreditei que “poderia fazer florestas num deserto”, e que “o mundo era só improvisar...” Mas também percebi e aprendi que “vendi fácil aquilo que não tinha preço...”
Música linda e letra também! Tem como ouvir e não se emocionar? Difícil, não?!
Abaixo do vídeo, consegui achar uma preciosidade! Uma entrevista concedida à Letras, Músicas e Outras Conversas pelo próprio Renato Russo sobre a composição de Andrea Doria.
Entrevista concedida a: Letra, Música e Outras Conversas - Leoni - Editora Gryphus, 1a. edição, pp. 66-67.
Leoni - Fiquei meio angustiado quando comecei a ouvir os discos porque às vezes não captava qual era o tema da letra. Eu achava que devia estar deixando escapar alguma coisa. Aí fiquei pensando em confessar a minha ignorância e perguntar. Andrea Doria, por exemplo...
RenatoRusso- Ah, essa eu sei. Andrea Doria é a mesma coisa de Será: (com uma voz empostada) um jovem que quer mudar o mundo e que está tudo horrível. Uma coisa que a Legião sempre tem, uma menina da MTV colocou isso muito bem: parece muito um livro chamado Os Meninos da Rua Paulo. Se lembra do Nemetcheque? Era um menino todo bonzinho, queria fazer tudo direito e sempre tomava na cabeça. Ele acaba morrendo de pneumonia, parece. Seria um personagem como ele que estaria cantando essas músicas. É um jovem que acredita na virtude, em fazer as coisas corretamente, de acordo com as regras e fica batendo contra a parede porque esse mundo não funciona.
RenatoRusso- Andrea Doria coloca bem isso, a questão da juventude, ter sonhos, fazer planos e esbarrar neste mundo de hipocrisia, de mentira, do capitalismo, de consumismo e a gente fica sem saber o que fazer. Andrea Doria é um navio mesmo. A idéia era fazer uma imagem meio E La Nave Va e coisas que talvez eu nunca me lembre porque entraram na letra. Na hora de escolher o título da música fizemos um monte de mitologias para a coisa ficar legal. Eu me lembro que Andrea Doria é um navio que afundou, a idéia era para ser: naufrágio. E no caso Andrea Doria é uma menina. O que ligou a música toda foi uma conversa que eu tive com a Luciana, mãe do Bi , e com a Tetê , no Crepúsculo de Cubatão . As duas estavam reclamando da vida ser muito difícil e a Tetê estava meio deprimida. Fiquei pensando: "Que coisa chata". Porque eram coisas que eu sentia também. Nem sempre adianta ser bom, ser honesto.
RenatoRusso- Peguei essa situação inicial e fiz a música que é um diálogo entre uma menina que era cheia de vida, alegria e planos e que sempre me deu força e que nesse instante é quem está derrubada. Aí então sou eu falando para ela. Tem coisas que fala para mim e tem coisas que falo para ela: "Às vezes parecia que de tanto acreditar em tudo que achávamos tão certo/ Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais". É aquela coisa dos planos, o mundo está horrível, mas nós vamos conseguir, vamos juntos etc. Aí no meio do caminho: "Mas percebo agora que o seu sorriso vem diferente/ Quase parecendo te ferir". Quando você entra no mundo adulto se não tomar cuidado deixa entrar o cinismo, fica "jaded" .
Renato Russo - a música é uma conversa em cima disso: "Olha, realmente a coisa é difícil, mas não é por aí". Termina justamente falando: "A gente tem toda a sorte do mundo", sem especificar, que bem ou mal a gente não é favelado, não morre de fome. "Sei que tenho sorte, como sei que tens também". Uma das grandes temáticas das letras é exatamente essa, só que são sempre pequenas situações, colocadas de um certo jeito que a pessoa interpreta de outra maneira. Sempre tem uma historinha, uma mitologia.
Olá, poetas nessa vida! Tudo bem?! Ontem, quando comentei num blog de um amigo sobre música, me lembrei de uma que gosto muito. Acredito que a música é uma das melhores invenções que o ser humano já criou , e uma das suas mais lindas manifestações artísticas também. Então resolvi postar a belíssima canção de Yann Tiersen, “La Valse d’Amelie”, aqui, no blog. Só hoje, enquanto lia um livro, devo ter ouvido umas trinta vezes . Sim! É verdade. Tenho essa mania meio bizarra de , quando gosto de uma canção, ouço umas “trocentas” vezes sem parar. Passa um tempo, deixo-a só um pouquinho de lado, vem a saudade e, ouvi-la novamente, é sentir a mesma emoção e encanto. Fazer o quê se sou assim? Se "recordar é viver... Então eu vivo!
A matéria se trata de uma entrevista concedida a revista Istoé pelo psiquiatra e psicoterapeuta Roberto Shinyashiki, que muito de vocês devem conhecer ou terem ouvido falar. No final dessa postagem, o poeta Mário Quintana também deixou um lembrete para vocês.Au revoir!
ISTOÉ – Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus, isso é uma verdade?
Shinyashiki – A sociedade quer definir o que é certo. Jeito certo não existe. Isso é uma loucura. São quatro loucuras da sociedade:
A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais.
A segunda loucura é: “Você tem de estar feliz todos os dias.”
A terceira é: “Você tem que comprar tudo o que puder.”
O resultado é esse consumismo absurdo.
Por fim, a quarta loucura: “Você tem de fazer as coisas do jeito certo.”
Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas.
As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade.
Felicidade não é uma meta...
...mas um estado de espírito.
Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você precisa ser feliz tomando sorvete...
... ou levando os filhos para brincar.
Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: “Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero ser feliz.”
Roberto Shinyashiki :
“... eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.”
Muitos, na hora da morte...“ dizem se arrepender por ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida...”
Mário Quintana também tem um lembrete: “Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.”
Entre, sente e se acomode. A casa é novinha, decorada com quadros de poesias. Tem cheirinho de jasmim nas pétalas de cada palavra aqui escrita. As janelas são enfeitadas com violetas e estão sempre abertas para entrar o ar puro do lirismo e da reflexão sobre a vida. Então, descanse um pouquinho e sinta-se à vontade. E quando quiser volte sempre! Você é bem-vindo!
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Cantinho do Poeta
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Coloridas e vivas... Sem pranto. (Si.)
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(Mulher em Frente ao Espelho- 1932- Pablo Picasso) Em meio a perfeita combinação de cores, Picasso parece promover todo um erotismo subjacente revelado nas curvas e nas formas arredondadas da moça.
"Mulher em Frente ao Espelho" (Pablo Picasso)
Uma obra artística, atemporal e muitíssimo interessante que envolve um aspecto muito apreciado pelos artistas plásticos: a temática do espelho. Dentre as muitas obras que abordam tal assunto temos: “As meninas de Velásquez ” ; “Casal Arnolfini”, de Jan Van Eyck, cujo espelho de um rosário situado na parede, ao fundo da imagem do casal, parece revelar um outro enigma interesante a ser analisado.
Na literatura tal temática é verificado em "Mirror", de Sylvia Plathy, e no conto “ O Espelho”, de Machado de Assis, em que a alma humana é impingida por um caráter alienador na tentativa de viver longe, fora de si: “ Nada menos de duas almas. Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro... A alma exterior pode ser um espírito, um fluído, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação”. Nesta obra, uma grande ambigüidade é tratada e analisada pelo autor ao que se refere à alma e o poder de ser ela própria ou assumir a máscara alienante do "outro".
Ao que tange a imagem feminina na obra "Mulher em frente ao Espelho", nos permite, dentre outras possibilidades, interpretar a imensidão da sensibilidade da mulher do nosso século em lidar com as adversidades da vida através de um reinventar constante de seu coração, de seus espelhos da alma. Espelhos que ela guarda somente para si e que revelam ânsias, frustrações, angústias e medos que não condiz com sua alma sensível, estando ela em plena contradição com o sistema sufocante a qual se encontra a mulher. Para tanto, muitas das vezes, utiliza-se de máscaras para vivenciar dentro de si vidas alheias numa só.