Poiésis

domingo, dezembro 21, 2014

Feliz Natal !


segunda-feira, dezembro 01, 2014

O Grande Circo Místico


Um clássico e um dos melhores poemas que já li desse grande homem das Letras: Jorge de Lima. Foi também inspiração para a música "Beatriz", de Chico Buarque.


O médico da câmara da imperatriz Tereza – Frederico Knieps – resolveu também que seu filho fosse médico, mas o rapaz fazendo relações a equilibrista Agnes, com ela se casou, fundando a dinastia do circo Knieps de que tanto se tem ocupado a imprensa. 

Charlote, filha de Frederico, se casou com o clown (palhaço), de quem nasceram Marie e Oto. Oto se casou com Lily Braun a grande deslocadora que tinha no ventre um santo tatuado. 

A filha de Lily Braun – a tatuada no ventre, quis entrar para um convento, mas Oto Frederico Knieps não atendeu, e Margarete continuou a dinastia do circo de que tanto se tem ocupado a imprensa. Então Margarete tatuou o corpo, sofrendo muito por amor de Deus, pois gravou em sua pele rósea a Via-Sacra do Senhor dos Passos. 

E nenhum tigre a ofendeu jamais; e o leão Nero que já havia comido dois ventríloquos, quando ela entrava nua pela jaula a dentro, chorava como um recém nascido. Seu esposo - o trapezista Ludwig nunca mais a pode amar pois as gravuras sagradas afastavam a pela dela e o desejo dele. Então, o boxeur Rudolf que era ateu e era o homem-fera derrubou Margarete e a violou. Quando acabou o ateu se converteu, morreu. 

Margarete pariu duas meninas que são o prodígio do Grande Circo Knieps. Mas o maior milagre são as suas virgindades. 

Em que os banqueiros e os homens de monóculo têm esbarrado; são as suas levitações que a platéia pensa ser truque; e a sua pureza em que ninguém acredita; são as suas mágicas que os simples dizem que há o diabo; mas as crianças crêem nelas, são seus fiéis, seus amigos, seus devotos. 

Marie e Helene se apresentam nuas, dançam no arame e deslocam de tal forma os membros que parece que os membros não são delas. 

A platéia bisa coxas, bisa seios, bisa sovacos, Marie e Helena se repartem todas, se distribuem pelos homens cínicos, mas ninguém vê as almas que elas conservam puras, e quando atiram os membros para a visão dos homens, atiram as almas para a visão de Deus. 

Com a verdadeira história do Grande Circo Knieps muito se tem ocupado a imprensa. 

(poema de Jorge de Lima)

Romance do Pavão Misterioso ( cordel de José Camelo de Melo)

"Pavão misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar

Ai, se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha pra contar..."


















Eu vou contar uma história
De um pavão misterioso
Que levantou voo na Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha de um conde orgulhoso
. (leia mais...)


segunda-feira, novembro 24, 2014

Dia de folga



brisa lustra 
telhados
na manhã escura

chuva fina 
cobre a rua
vazia

...

embaixo da manta
até os feriados
preferem ficar na cama



domingo, novembro 23, 2014

Poesia





pássaro amarelo
rompe o vil papel
voa no azul claredento
e faz ninho 
nos meus olhos

sábado, novembro 22, 2014

Poesiando...




Versos ficcionados e construídos
por aqueles que rimam  histórias,
tecem sentidos...

Retiram das palavras poesias,
Metrificam e fazem versos 
dos  dias -

Também são partes de mim,
E  poesiam toda uma vida!

(Simone Prado)

sábado, novembro 01, 2014

Poesia visual



































sexta-feira, outubro 24, 2014

SÉTIMA ELEGIA


SÉTIMA ELEGIA


Essa sensação de ir descalço, a camisa...
cheirando a sol de varal.

Tu, minha mulher, eras corrente e água calma,
as oscilações da palha e trigo.

Teu corpo arvorava nos lábios indecisos ou nos cabelos?
Na encosta da cinta ou nas dunas dos seios?
Quando começavas a te revelar? No desejo apetecido
ou na fome de um filho?
Como definir se a luz deitou as vestes?

Cumprias distâncias em mim.
Madrugando não alcançaria.

Venho de tua lonjura, os braços eram remos
no barco e aço da âncora.
Acostumado à extensão das raízes,
não sobrevivo no vaso dos pés.

Passei a vida aprendendo a respeitar teu espaço. Como povoá-lo
após tua partida?


(CARPINEJAR, Fabricio. In: Sétima Elegia. Terceira Sede, ed. Escrituras.)


"Liberdade na vida
é ter um amor para se prender"
CARPINEJAR

* Elegia é uma poesia triste, melancólica ou complacente, especialmente composta como música para funeral, ou um lamento de morte.

sábado, junho 21, 2014

Não tenha medo


Daqui do alto, luzes pequenas
Longínquas na noite
Mesmo assim percebi você
Passeando na cidade
Tentou se esconder no meio dela
Você sabe onde posso te encontrar...
Mas você não  se importa, no fundo
Quer mais que te encontre

Sim, eu te vi
Eu posso ficar aqui
Ficar com você
Fazê-lo feliz
Até que de ti surjam asas
E voarás para fora, para longe
Para longe de ti
Só assim sairás da tua escuridão
Basta que feche os olhos
E sinta esse momento

Não tenha medo
Não tenha medo de cair
E se cair
Encontrarás o meu peito
Não tenha medo
É assim mesmo
Essa lua que agora surge
Imensa no breu

Essa música que você ouve agora
É sua... Ela sempre foi sua
Sai de dentro de ti
Sai da tua janela
E percebe que a noite
Já não é mais tão longa assim
Você diz que agora ela passa rápido
Sim, passa rápido... Eu sei
É assim mesmo

Lá fora cai a chuva
E na noite, você me abraça
Posso ficar por aqui
Posso sentir as suas asas
Sentir que você voa
Voa pra dentro de mim

Não tenha medo
Não tenha medo de cair
Porque se cair
Encontrarás o meu peito

Mas

Você já não tem mais medo

Nov / 2009

quinta-feira, junho 12, 2014

Calçada


















,noite alta
av. rio branco

deitados
pequenos pés
descobertos

e a poesia à espreita

aquele que acordar
acende a luz do sol:



segunda-feira, junho 09, 2014

Anne Sexton


calendário –
desajeitados dias
sobre macas
peitos espigões:

vai o barco
sobe ruas navegando
para trás entre
moedas e batons

móveis o piso de madeira
pai bisavó taças sobre a mesa
avô cochilando na despensa

onde? 
a rua da misericórdia

janela
do céu: crianças -
despencam telhados

...

onde?

garagem,
vapor
rompe o barco

chão –  o copo
de vodka:
a rua não é essa aqui.





segunda-feira, maio 26, 2014

Partida


, cama
  lençol
cuidadosa saída

antes

íris -

um gato
da janela do quarto
ganha os jardins

roupas
rápidos
objetos
recolhidos
descem escadas

giro das chaves

carro
e o lençol de flores
estampado na memória:
ao lado -
ninguém.










quinta-feira, abril 17, 2014

Chris Orwig - visual poetry

Poesia Visual...

                   Foto: Chris Orwig (visual poetry) 

                   A chuva suave nas ruas de Seattle, e a criação desses belos reflexos.

Landnemar

Poesia visual ...


    
                                   Foto: Álvaro Sánchez-Montañés - Landnemar