Poiésis

quinta-feira, dezembro 16, 2010

O Travesseiro de Penas - Horacio Quiroga (Brevíssima análise)



 Olá, caros leitores, tudo jóia?!


 Hoje resolvi publicar um texto produzido em 1917, e que achei... Bem, na verdade, eu adorei! Trata-se de um  pequeno conto produzido pelo escritor uruguaio Horacio Quiroga, “O travesseiro de penas”. No Conto, Quiroga apresenta o efeito do meio ambiente sobre o ser humano, conjurando o cotidiano ao terror, à morte ou aos anseios de seus personagens dentro de uma narrativa psicológica que faz emergir a miséria humana, produzindo, com isso, um dos mais impressionantes contos da literatura hispano-americana.

Sempre me questiono sobre essa necessidade visceral, eu diria, que alguns escritores possuem de extraírem de si e produzirem, no passear da pena, poesias ou obras como esta. Creio que Horacio Quiroga compreendia tal necessidade profunda de, ao escrever, entender a si e o mundo em que vivia. Ou, quem sabe, fazer vislumbrar outras realidades parecidas com a sua ainda que ficcionadas, e provocar a sensação de impotência ante a natureza e a sua suposta “lei do retorno”. Poderia dizer, talvez, impotência ao destino já traçado.

Considero “O travesseiro de penas” como um dos melhores textos ( depois de “ Noite na Taverna”, de Álvares de Azevedo) que  pude ler, cuja narrativa é traçada por um jogo sutil entre a realidade, as desventuras e o macabro.

É isso!
Um abração!



O Travesseiro de Penas

Sua lua-de-mel foi um longo estremecimento. Loura, angelical e tímida, o temperamento duro do marido gelou suas sonhadas criancices de noiva. Ela o amava muito, no entanto, às vezes, sentia um ligeiro estremecimento quando, voltando à noite juntos pela rua, olhava furtivamente para a alta estatura de Jordão, mudo havia mais de uma hora. Ele, por sua vez, a amava profundamente, sem demonstrá-lo.

Durante três meses — tinham casado no mês de abril — viveram numa felicidade especial.

Sem dúvida ela teria desejado menos severidade nesse rígido céu de amor, mais expansiva e incauta ternura; mas a impassível expressão do seu marido a reprimia sempre.

A casa em que viviam influenciava um pouco nos seus estremecimentos. A brancura do pátio silencioso — frisos, colunas e estátuas de mármore — produzia uma outonal impressão de palácio encantado. Por dentro, o brilho glacial do estuque, sem o mais leve arranhão nas altas paredes, acentuava aquela sensação de frio desagradável. Ao atravessar um quarto para outro, os passos encontravam eco na casa toda, como se um longo abandono tivesse sensibilizado sua ressonância.

Nesse estranho ninho de amor, Alicia passou todo o outono. Porém tinha terminado por abaixar um véu sobre os seus antigos sonhos, e ainda vivia dormida na casa hostil, sem querer pensar em nada até o marido chegar.

Não é incomum que emagrecesse. Teve um ligeiro ataque de gripe que se arrastou insidiosamente dias e mais dias; Alicia não melhorava nunca. Por fim uma tarde pôde sair ao jardim apoiada no braço dele. Olhava indiferente para um e outro lado. De repente Jordão, com profunda ternura, passou a mão pela sua cabeça, e Alicia em seguida se quebrou em soluços, e o abraçou. Chorou demoradamente seu discreto pavor, redobrando o choro diante da menor tentativa de carícia. Depois, os soluços foram-se acalmando, e ainda ficou um longo tempo escondido no seu ombro, quietinha, sem pronunciar uma palavra.

Foi o último dia que Alicia esteve de pé. No dia seguinte amanheceu desacordada. O médico de Jordão a examinou com toda a atenção, recomendando muita calma e repouso absolutos.

— Não sei — disse para Jordão na porta da casa, em voz ainda baixa. — Tem uma grande debilidade que não consigo explicar, e sem vômitos, nada... Se amanhã ela acordar igual a hoje, você me chama depressa.

No dia seguinte ela piorou. Houve consulta. Constatou-se uma anemia agudíssima, completamente inexplicável. Alicia não teve mais desmaios, mas ia visivelmente andando para a morte. Durante o dia todo, o quarto estava com as luzes acesas e em total silêncio. As horas se passavam sem se ouvir o mínimo barulho. Alicia dormitava. Jordão vivia quase que definitivamente na sala, também com as luzes acesas. Andava sem cessar de um extremo para outro, com incansável obstinação. O tapete abafava seus passos. Algumas vezes entrava no quarto e continuava seu mudo vaivém ao longo da cama, olhando para sua mulher cada vez que caminhava na sua direção.

Não demorou muito para Alicia passar a sofrer alucinações, confusas e flutuantes no início, e que desceram depois até o chão. A jovem, de olhos desmesuradamente abertos, não fazia senão olhar para os tapetes que se encontravam a cada lado da cama. Uma noite ela ficou repentinamente com o olhar fixo. Em seguida abriu a boca tentando gritar, e suas narinas e lábios se molharam de suor.

— Jordão! Jordão! — gritou, rígida de espanto, sem parar de olhar o tapete.

Jordão correu para o quarto, e, ao vê-lo aparecer, Alicia deu um brado de horror.

— Sou eu, Alicia, sou eu!

Alicia olhou para ele com olhar extraviado, olhou para o tapete, voltou a olhar para ele, e depois de um longo momento de estupefata confrontação, serenou. Sorriu e pegou entre as suas as mãos do marido, fazendo carícias e tremendo.

Entre suas alucinações mais obstinadas, houve um antropóide, apoiado no tapete sobre os próprios dedos, que mantinha os olhos fixos nela.

Os médicos voltaram inutilmente. Havia ali, diante deles, uma vida que se acabava, dessangrando-se dia após dia, hora após hora, sem se saber absolutamente por quê. Na última consulta, Alicia jazia em estupor, enquanto eles a pulseavam, passando de um para outro o pulso inerte. Observaram-na um longo momento em silêncio e encaminharam-se para a sala.

— Pst... — Deu de ombros, desanimado, seu médico. — É um caso sério... pouco se pode fazer...

— Era só o que me faltava! — gritou Jordão. E tamborilou bruscamente sobre a mesa.

Alicia foi-se extinguindo no seu delírio de anemia, que se fazia mais grave pe!a tarde, mas que cedia sempre nas primeiras horas da manhã. Durante o dia, sua doença não avançava, mas de manhã ela amanhecia lívida, quase em síncope. Parecia que unicamente à noite a sua vida se fosse em novas asas de sangue. Tinha sempre ao acordar a sensação de sentir-se derrubada na cama com um milhão de quilos por cima. A partir do terceiro dia esse desmoronamento não a abandonou mais. Apenas podia mexer a cabeça. Não deixou que pegassem na sua cama, nem sequer que arrumassem a almofada. Seus terrores crepusculares avançaram na forma de monstros que se arrastavam até sua cama e subiam com dificuldade pela colcha.

Perdeu depois o conhecimento. Nos dias finais, delirou sem cessar a meia-voz. As luzes continuavam fúnebres e acesas no quarto e na sala. No silêncio agônico da casa, não se ouvia mais que o delírio monótono que saía da cama, e o rumor abafado dos eternos passos de Jordão.

Alicia morreu, por fim. A empregada, que entrou depois para desfazer a cama, já vazia, olhou um momento com estranheza para a almofada.

— Senhor! — chamou ao Jordão em voz baixa. — Na almofada há manchas que parecem ser de sangue.

Jordão se aproximou rapidamente. Também se agachou. Efetivamente, sobre a fronha, de ambos os lados da cavidade que tinha deixado a cabeça de Alicia, se viam algumas manchinhas escuras.

— Parecem picadas — murmurou a empregada depois de um momento imóvel na observação.

— Aproxime-o da luz - disse Jordão.

A moça levantou a almofada, mas em seguida deixou-a cair, e ficou olhando para ele, lívida e trêmula. Sem saber por quê, Jordão percebeu que seus cabelos se eriçavam.

— O que é que há? — murmurou com voz rouca.

— Pesa muito — falou a empregada, sem parar de tremer.

Jordão levantou a almofada; pesava extraordinariamente. Saíram com ela, e sobre a mesa da sala Jordão cortou a fronha e a capa. As penas superiores voaram, e a empregada deu um grito de horror com a boca inteiramente aberta, levando as mãos crispadas às bandós. Sobre o fundo, entre as penas, mexendo devagar os pés aveludados, havia um animal monstruoso, uma bola viva e viscosa. Estava tão inchada que quase não se lhe via a boca.

Noite após noite, a partir do dia em que Alicia tinha ficado doente, ele tinha aplicado sigilosamente sua boca — sua tromba, melhor dizendo — às têmporas da mulher, chupando-lhe o sangue. A mordida era quase imperceptível. A remoção diária da almofada tinha impedido sem dúvida seu desenvolvimento, mas assim que a jovem não conseguiu mais se mexer, a sucção foi vertiginosa. Em apenas cinco dias e cinco noites, tinha esvaziado Alicia.

Esses parasitos das aves, diminutos no seu meio habitual, chegam a adquirir proporções enormes em certas condições. O sangue humano parece ser para eles particularmente favorável, e não é raro encontrá-los nas almofadas de penas.




(Será que o bichinho que Quiroga  inventou era parecido com esse aqui??? 
Para os que tem aversão, melhor não clicar na foto...)

Vida e Obras de Horacio Quiroga

(1878 – 1937), nasceu em Salto, no Uruguai, foi poeta, romancista, diplomata e dramaturgo. Sua vida foi marcada por acontecimentos trágicos — a morte violenta do pai, o suicídio do padrasto, o falecimento de dois de seus irmãos, o suicídio da primeira esposa e, posteriormente à sua morte, também por suicídio ao saber que sofria de um câncer gástrico. Conviveu em Paris com Rúben Darío, foi professor de castelhano em Buenos Aires – Argentina, trabalhou como fotógrafo em uma expedição à ruínas jesuíticas de Misiones, onde morou.

Algumas de suas obras: Los arrecifes de coral (1901 – Os recifes de coral), Cuentos de amor, de locura y de muerte (1917 – Contos de amor, de loucura e de morte), Cuentos de la selva (1918 – Contos da selva), Los desterrados (1926 – Os desterrados), e Más Allá (1935 – Mais além), última obra do autor.




terça-feira, dezembro 07, 2010

Confissão

(Por Simone Prado)


Infelizmente, não tem nada
pior do que o mal
julgamento das coisas.


quinta-feira, novembro 18, 2010

Resenha crítica de Mary and Max . Adam Elliot (Entrevista)

Olá, caros leitores! Tudo bem? Aceitam uma dica de uma jóia rara da sétima arte?! Então, sabe aquele filme que, quando terminamos de ver, dá uma tristeza por ter chegado ao fim e saudade logo depois? Saudades principalmente daqueles olhos de “poças de lama”? É assim que me senti.

Sugerido por um amigo, agradeço-o imensamente a indicação de tão preciosa pérola em forma de película: The amazing friendship – Mary and Max. Uns os consideram e chamam de “Uma amizade diferente”, eu prefiro levar a palavra inglesa ao pé da letra em sua tradução, e acho que combina perfeitamente para esses dois personagens como uma amizade maravilhosa ou surpreendente. Dois adjetivos que caracterizam de forma sem igual a amizade deles, como também reflete essa emocionante produção escrita e dirigida por Adam Elliot. Outra coisa, logo abaixo desse texto, deixei um link referente a uma entrevista concedida por Elliot sobre a produção e a história verídica do personagem Max.


Excelente filme a meu ver? Sim, claro! É interessante a forma e o modo profundamente sensível e real de como é abordado alguns dilemas do ser humano como a solidão, a amizade, a culpa, e por aí vai.
Baseado numa história verídica, o longa narra a vida de duas pessoas um tanto “diferente” perante a sociedade, cujo destino se incumbiu de fazerem se conhecer, ainda que por cartas longínquas.
Ele, Max, um judeu que possui síndrome de Asperger, 44 anos, morava em Nova York, pesava 160 quilos e participava dos “ Gordinhos anônimos”. Ele também possuía um sonho, morar na Lua só para não ter contato com as pessoas. Ela, Mary, mora na Autrália. Uma menina solitária, não possuía a atenção e o amor dos pais, gordinha e de oito anos de idade. Seu único amigo era um galo. Sua mãe, Vera , um tanto desestruturada emocionalmente, bebe e fuma em demasia. Se referia a Mary  como sendo “ um acidente”.




Meus Deus!!! Olha só essa personagem! Linda, não? Um charme, vocês não acham??!! Que figura! Vera Lorraine Dinkle foi simplesmente demais!!! Impossível conter o riso com suas caras e bocas maravilhosas. Excelente!

Através de uma linguagem simples, o longa chama a atenção para os relacionamentos humanos, a força e a beleza das amizades. E que estas não sejam tão superficiais e nem repletas de interesses e falsidades. É também a oportunidade de conviver com a diferença do outro e respeitá-lo, pois ninguém  é perfeito. Vejo a amizade como  uma construção permanente, algo recíproco, uma doação contínua ainda que diante de alguns “defeitos”. E quem não os tem?

“ A razão de eu te perdoar é que você é imperfeita. E eu também...”
( Uma das cartas escrita por Max para Mary)

Com relação às cores que envolvem a produção cinematográfica, algumas delas me chamaram atenção: Mary adorava a cor marrom, era a sua cor preferida e quase tudo que envolvia essa personagem era de tons marrons. Também porque os personagens do The Nobllets, seu programa favorito, possuíam muitos amigos e eram todos marrons.
Max, as cores que permeiam esse personagem era os tons pretos, cinza e o branco, refletindo o mundo que ele considerava caótico. Achei interessante ao perceber os tons, digamos , coloridos, que simbolizava amor e afeto para com Max; na verdade, um pouco de vida que Mary depositava em Max aos poucos: como o pompom de cor vermelha que ficava em cima do solidéu, além da imagem de cores alaranjadas de Mary desenhada por ela mesma e dado a ele de presente. Cores que entravam em contraste com o preto e branco sem fim de Max. São, creio eu, as únicas cores simbólicas que demonstravam que o mundo, para Max, parecia não se mais tão caótico assim.

Outra coisa interessante, a imagem que Mary projetou de si mesma para enviar ao amigo. No desenho- apesar dela ser uma menina um tanto melancólica e solitária- ela sorri e, acima da cabeça, ela desenhou um sol. Claro, apesar de tudo que ela vivia, tanto na escola como com os pais, naquele momento, ela encontrou um motivo suficiente que a fez expressar-se de tal forma.



Duas cenas mais significantes para mim? O sofrimento de Mary pelo amigo que ela acreditava ter perdido ( chorei muito nessa hora, cruz credo!! ) e o presente, a solução prática e rápida que Mary enviou para o seu amigo que não sabia chorar corretamente.

A beleza desses dois personagens se encontra, dentre outros, na ingenuidade e de não esconder ou manipular aquilo que se passa dentro deles, algo sem limites e sem medo de expor e se expor.

Mary: “Querido Max. Eu tenho oito anos. Seria ótimo se você pudesse ser meu amigo”

Max: “O Dr. Bernard Hazelhof disse que se eu estivesse em uma ilha deserta então eu teria que me acostumar com minha própria companhia – apenas eu e os cocos. Disse que eu teria que me aceitar, com meus defeitos e tudo mais, e que não posso escolher meus defeitos. Eles são parte de nós e temos que conviver com eles. Mas os amigos podemos escolher e estou feliz por ter escolhido você. [...] você é a minha melhor amiga. Minha única amiga.


Vale a pena conferir essa pérola. É um dos melhores filmes que já assisti. Enfim, é isso!
Um abração!



Deus nos dá familiares... Graças a Deus que podemos escolher nossos amigos.
( Mary and Max)


Trilha sonora de abertura:
A belíssima música , Perpetuum Móbile.
Composição de The Penguin Cafe Orchestra

Dados do Filme:
Direção: Adam Elliot
Roteiro: Adam Elliot
Origem: Austrália
Duração: 80 minutos
Tipo: Longa-metragem

Leia também: Entrevista com Adam Elliot

domingo, outubro 24, 2010

Radical Chic e Gatão de meia idade (2) - Namorada de todas as idades.


Olá , caros leitores! Tudo jóia?!
Claro que namorar é maravilhoso! E é bom também curtir tudo o que esse tempo proporciona. Não  deixe-o passar por ser achar novo ou maduro demais. Cada coisa se dá no seu devido tempo. Também é bom ser maduro, e isso não deve rimar com desespero e nem  com a insistência em rejuvenescer: Cada idade está reservada para determinados prazeres, conhecimentos e angústias. É bom viver e deixar o tempo  escorrer por entre nós.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Prêmio 2010 de Meio Ambiente ( Instituto Chartered- Ciwen)

Imagens da edição 2010 do Prêmio de Meio Ambiente organizado pelo Instituto Chartered de Água e Gestão Ambiental (Ciwen). Competição que aceitou  inscrições tanto de profissionais como de amadores também, não importando a localidade.



 O fatografo Alex Marttunen foi  perfeito e, portanto, nada menos que o finalista da categoria Sub-16. Sua foto, “ lar doce  lar”, em que m simpático caranguejo fez de um pedaço de casco de garrafa sua casa em vez de utilizar uma concha.


Essa foto foi eleita a vencedora do prêmio Fótógrafo do Meio Ambiente 2010 realizado pela ONG britânica Ciwen. O crédito é de Florian Schulz . Realmente é incrível a quantidade de arraias registradas em um mesmo quadro de imagem!


Foto vencedora da categoria Mundo Natural por Bence Mate. Um beija –flor e uma cobra parecem estar se preparando para se enfrentarem.



Imagem  registrada pelo búlgaro  Radoslav Radoslavov,  20 anos de idade, de uma mosca bebendo água . Essa imagem ganhou o título de jovem fotógrafo pela foto macro de uma mosca. 



Essa foto foi tirada  por Kaido Haagen na Estônia, a dois metros de profundidade. Ela foi uma das finalistas da categoria Foto Submarina.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Samurai de mim...



Um golpe de anos a cada folha revisitada.
Fez de mim samurai... Haraquiri:
Reler palavras suas escritas em papéis desbotados.
Suas confidências, seu planos
E não ter mais escolha...
Cartas aflitas de saudades e sentimentos puros,
E, mesmo assim, poder sentir suas declarações em verso simples, quase adolescente:

... aquela que vejo e quero,
Espero aflito.
Toda cor e paz que sinto,
É no teu abraço que encontro abrigo.

Tenho vontade de correr
Ser mais rápido que o tempo,
Só para te encontra e te amar,
E acabar com esse tormento.

Não haverá noite, lua imensa
Que comporte o amor e alma intensa.
É assim que te vejo
É assim que te sinto
Aflito


Haraquiri -
A cada folha amarelada,
A cada dia que passou comigo,
E de tantas vezes que me calei para te ouvir e aprender contigo.
Sim, me lembro. E como me lembro...
Só ficou um pedaço seu que me faz sentir você,
Sua letra, suas palavras num velho papel junto a mim:
Suas cartas,
Elas já não pesam mais sobre a minha cama...

Você dizia:


 ...não repare na minha letra, sei que ela é muito feia. Mas estou me esforçando... 

Pois você acreditava ser feia e tremida,
O que você não sabia era que, das muitas cartas na caixa de correios que recebia,
Era a sua letra, para mim, a mais bonita.


Sigo a minha linha sozinha.
Um dia, querendo ou não, tudo acaba.

Quando você se foi
As portas se fecharam
E a luz se apagou.




Letra: É hora de partir o coração
(Canção: Guilherme Arantes)

O trem entrou pela manhã
Freando na estação
No ar frio, vapores brancos
Da nossa respiração
Se misturando com a fumaça
E a vontade de chorar
Levei suas malas até o seu vagão
E te abracei em silêncio
Até o ranger das rodas
Começando a andar...

É hora de partir o coração
Sentir saudade de você
Amor...

Me dando adeus pela janela
Essa é a imagem que ficou
Naquela plataforma
Por um tempo que parou
Então fui-me embora
Ganhei a rua
Me perdi na multidão
Enxuguei o choro
Engoli em seco
A tua ausência agora
Meu caminho
É bem mais triste de trilhar

É hora de partir o coração
Sentir saudade de você
Amor...

sexta-feira, setembro 10, 2010

Análise crítica da obra "Criança geopolítica assistindo o nascimento de um novo homem", de Salvador Dalí.

iHola! iBuenos Días queridos leitores!

Hoje resolvi postar um trabalho que fizemos no segundo período do curso de Letras da Univ. Estácio de Sá, Nova Friburgo. Por gostarmos muito de tudo o que se relaciona a esse mestre da pintura, Salvador Dali, procuramos, eu e meu grande amigo Lohan Lage (um dos escritores talentosos do blog Autores S/A) mergulhar na observação crítica dessa pintura fascinante.
Portanto, eis um texto para vocês adentrarem em cada cantinho dessa belíssima obra surrealista. Então, chega de conversa e vamos ao que interessa.
Um beijão a todos!!

Criança geopolítica assistindo o nascimento de um novo homem, 1943 – Salvador Dali 
A pintura surrealista do espanhol Salvador Dali, “Criança geopolítica assistindo ao nascimento de um novo homem”, datada de 1943, receberá, no decorrer desse texto, uma interpretação genuína e minuciosa, tendo alguns aspectos embasados no contexto histórico- social em que esta obra foi realizada.
A escolha deste quadro pode ser justificada pelo nosso interesse pela corrente surrealista. Tal movimento artístico nos possibilita uma série de interpretações repletas de criatividade. Apesar de ir além do real, a historicidade está inculcada em suas representações, o que o torna mais fascinante.

A princípio, utilizamos uma estratégia, a qual denominamos “o primeiro olhar”. Esta prática nada mais é do que a extração da primeira impressão da pintura. Logicamente, nossa percepção inicial não permaneceu estratificada. Foi preciso dispor de uma atenção delicada nos detalhes do plano visual, detectando cada “ser” contido naquela tela. Ademais, observamos alguns traços que determinavam o posicionamento das figuras ali representadas, bem como a harmonia das cores utilizadas pelo pintor.
O próximo passo foi interpretar o motivo da colocação daquelas figuras, assim como suas posturas. De acordo com nossa visão, cada elemento naquele quadro fazia parte de um grande contexto (ainda a ser dito), como se fossem letras que, aglutinadas harmoniosamente, formaria um texto. E o que é uma pintura senão um belo texto imagético?

Já no plano visível, mergulhamos nas entrelinhas daquele texto surreal, permitindo que nossas mentes se afundassem, sem receios, sem limites. O processo de desenvolvimento do cerne da nossa interpretação foi intenso, e muito prazeroso, resultando na leitura dos parágrafos posteriores.

Tomemos como ponto de partida o foco central do quadro: Um planeta Terra aparentemente plástico, cujo meio é rasgado vorazmente por um homem que tenta libertar-se daquela clausura. Sob o planeta, um pano branco manchado por um liquido vermelho que parece ser sangue, causado pela abertura. Sobre o mesmo planeta, um objeto esfíngico e sombrio. Apontando para um dos continentes do astro, um ser aparentemente feminino, tendo a seus pés uma criança que parece muito assustada.

Ilustrado esse ponto, vejamos agora o plano invisível: O artista estaria calcado numa metáfora do nascimento, uma vez que o planeta, denotando um formato oval, assemelha-se ao útero materno. Enquanto o homem, o “ser nascente”, estaria lutando para romper aquela placenta invisível, sem sequer sofrer uma interferência auxiliadora da mãe Terra, haja vista sua deformidade e abatimento.

Observando, pois, a política geográfica do planeta, percebe-se que o homem nasce justamente do continente norte-americano, talvez pela força que ali pulsava – A força capitalista dos Estados Unidos da América.


Aos poucos vamos expondo nossa visão, tentando apresentar a interação de todos os signos do texto imagético. Acreditamos que, a figura demonstrada no lado direito da imagem seja uma mulher, baseando-se em sua ligeira semelhança estética e na criança que se protege em suas pernas. Ela, por sua vez, aponta para o planeta, tal como Deus e Adão foram representados na Capela Sistina, por Michelangelo. Diante dessa comparação, essa figura pode ser constituída como divina, ou, a responsável pela criação da Terra. Ou seja, a própria criadora estaria assistindo a destruição de sua criação. Isso já nos levaria à idéia renascentista, cuja temática principal era a sobreposição da razão humana sobre as questões divinas. Mas não foi nesta possibilidade que mergulhamos a fundo.


Retomando nossa linha de raciocínio, vejamos, agora, sob uma ótica contextual histórica: A suposta mulher aponta, especificamente, para o continente europeu, o qual manteve uma hegemonia político-social até o fim da Segunda Guerra. Diante dessa decadência européia no término da guerra, podemos firmar um contraste em relação ao homem que rompe no continente norte-americano. Esse contraste pode ser caracterizado por dois fenômenos naturais da vida: O nascimento, representado na América, e a morte, simbolizada pela Europa.

Ainda em relação à Segunda Guerra Mundial, nós podemos destacar outro traço marcante na pintura de Dali: No extremo norte do continente africano, observa-se o pender de uma lágrima límpida.


Aquela lágrima representaria a tristeza do mundo envolvido em tão terrível guerra. É válido lembrar que a África servira de palco para muitos combates naquela guerra, afinal, muitos de seus países permaneciam colonizados pelos europeus e americanos.


O sangue que escorre com o processo de nascimento do homem estaria representando as trágicas conseqüências da guerra, aliás, podemos ir mais longe – O sangue mostraria o quanto foi preciso para que aquele “poderoso ser” fosse gerado; quantas lutas, destruições e mortes foram necessárias para resultar no nascimento de uma nova potência mundial.

Na parte inferior do lado direito, observa-se uma criança, agarrada aos pés da suposta mãe. Esta criança, devido a sua aparência de terrível espanto pelo o que vê, proporciona uma série de indagações por parte do receptor.


No entanto, a interpretação mais cabível à nossa linha de raciocínio é a seguinte: A criança teria sido denominada no titulo como geopolítica, pois, devido a todas as atribulações da guerra, a geopolítica mundial estaria sendo fracassada, isto é, precisaria se reformular e nascer novamente. A geopolítica fracassada, representada pela criança, assiste àquele surgimento do novo homem com grande pavor. Além disso, esse pequeno ser figuraria a fragilidade do mundo diante do devastador poder que nasce no Novo continente; um novo homem, (como bem empregou Dali no título da pintura) movido pelos interesses capitalistas. Logo, a criança representaria um mundo refém de toda uma conspiração destrutiva e dominadora que partiria do forte homem, ou forte EUA.

Agora, nos transportando para o plano de fundo da pintura, podemos deduzir que um deserto é o ambiente que abrange todo o foco figurativo principal. No lado direito do quadro, enxerga-se ao longe a figura de uma pessoa, provavelmente acenando um “adeus”para algo.

O que seria? Dentro de nossa concepção, percebemos que possa ser um “adeus” ao poder hegemônico do Velho Mundo, uma vez que a figura está posicionada no lado do hemisfério oriental do planeta Terra, o qual engloba a maior parte do continente europeu, além de outros.

Ainda no plano longínquo da pintura, com base em uma ampliação, observamos, agora no lado esquerdo, uma figura aparentemente vestida de vermelho e preto, o que remete, psicologicamente, à personagem satânica.


Cremos que aquela presença maligna no lado do hemisfério ocidental do planeta Terra poderia ser justificada. Talvez seja porque o surgimento do poder capitalista esteja voltado para os E.U.A. O sentimento capitalista remete a busca incessante do poder, baseada na árdua competição. Essa questão é retratada de forma magistral no filme “O advogado do diabo”, dirigido por Taylor Hackford. Al Pacino, que interpreta o diabo em forma humana, oferece todo seu mundo de belezas e suntuosidades efêmeras a um jovem talentoso advogado, provocando sua vaidade e levando-o para a destruição. Assim estaria representado o capitalismo no quadro de Dali: O próprio Satã.

É interessante apreciar cada objeto dentro da tela, tentando aplicar uma significação àquilo. E assim fizemos em relação ao a uma figura que nos remete a idéia de um obelisco, no canto direito da pintura, ao longe.


Ora, obeliscos eram, no Antigo Egito, representações de poder. Dentro do desenvolvimento da nossa interpretação, essa figura se encaixaria perfeitamente, uma vez em que haveria, incutido no foco central, uma demonstração acalorada da mudança geográfica do poder.

Por fim, analisamos o objeto que parece ser uma tenda, a qual paira sobre o mundo. Algo muito enigmático, considerado por nós o grande mistério da pintura. Nos sentindo como Édipo diante da Esfinge, arriscamos sermos devorados e formamos uma interpretação, na tentativa de desvendá-la, evitando, claro, fugir do que já havíamos nos baseado. Quem sabe não nos coroam como reis, tal qual Édipo ao descobrir o enigma?


Aquele objeto de bordas pontiagudas seria uma representação onírica. Segundo Freud, no seu maravilhoso livro “A interpretação dos sonhos”, sonhos relacionados a cavidades ou a coisas que se abrem como uma flor, estão ligados ao órgão sexual feminino. Já o órgão sexual masculino seria representado por objetos pontiagudos. A cor preta estaria voltada para o negativismo. Ou seja, atentando para aquele dado objeto na pintura, imagina-se essa possibilidade, que “só Freud explica”, como muitos costumam dizer.
Como relacionar essa explicação com o que já foi deduzido? Ora, a pintura está envolta num sentido de nascimento. E nada mais coerente do que a junção de representações oníricas dos órgãos feminino e masculino em uma mesma figura. Figura esta que, por conseguinte, está acima do mundo, como se fosse a responsável pela sua geração. Estaria ela impregnada de um colorido negro e uma aura sombria, pois, devido à destruição causada pelo homem, estaria incidindo em si o reflexo negativo de sua criação.

O artista teria espalhado em sua pintura figuras de significações similares (A mulher criadora do mundo – o objeto que paira sobre o mundo como responsável pela sua criação; o poder representado pela força do homem que rompe do interior do mundo – o poder representado pelo o que aparenta ser um obelisco), assim como, inteligentemente, teria apresentado diversas antíteses, como: nascimento e morte, criança e adulto, o novo e o velho...

Enfim, trata-se de um trabalho genial de Salvador Dali, que permite a concepção de diversas leituras. Nossa interpretação foi reforçada pelo ano em que foi datada esta obra de arte, 1943. Neste ano, ocorria-se a triste Segunda Guerra Mundial, que veio a entrar em desfecho dois anos depois. Para finalizar, um rico acréscimo a nossa interpretação: Uma enigmática previsão do francês Nostradamus, enfatizando, misticamente, essa visão sobre o quadro de Dali. Agora, leitor, cabe a você a reflexão acerca desse mistério além do surreal:
“Ceux qui estoient em regne pour scavoir,
au roial change deviendront apouvris,
uns exilez sans apuy, or n’avoir,
lettrez et lettres ne seront à grand pris.”
“Os que estavam no reino por saberem,
pobres serão pelo cambio Real,
exilados sem ouro nem apoio,
os letrados bem pouco valerão.”

(Centúrias e presságios acerca da Segunda Guerra, Michel de Nostredame).
 
***** Uma observação que  não coloquei no corpo do texto; na verdade, se trata do pano branco que está por debaixo do que podemos chamar de Planta Terra... Entendemos que esse pano branco  simboliza a paz. Paz essa que não se sustenta diante da ganância do homem em sua busca constante de poder e dominação. Paz essa que não cobre o mundo, e que mal sustenta esse mesmo mundo , configurando uma grande utopia que rege as nações; haja vista o sangue que, na imagem, se derrama sobre ela.... *****


Fontes Bibliográficas:

- Shmidit, Mário; Nova história crítica, editora Nova Geração.
-Freud, Sigmund; A interpretação dos sonhos, editora Delta
-Cheynet, Ettore; Nostradamus e o inquietante futuro, editora Círculo do livro
(Geopolitical child watching the birth of a new man - Salvador Dali)

segunda-feira, agosto 30, 2010

O Amor é Uma Companhia... (Alberto Caeiro)


"O amor é uma companhia. 
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só. "

(Alberto Caeiro)

domingo, agosto 15, 2010

Andrea Doria e Renato Russo (Entrevista)

iHola! ¿Cómo estás ?

Hoje resolvi ouvir e postar essa música que curto muito chamada Andrea Doria, do álbum Dois (1986).
Como não se identificar com alguma canção dessa banda maravilhosa chamada Legião Urbana? Também acreditei que “poderia fazer florestas num deserto”, e que “o mundo era só improvisar...” Mas também percebi e aprendi que “vendi fácil aquilo que não tinha preço...” 
Música linda e letra também! Tem como ouvir e não se emocionar? Difícil, não?!
Abaixo do vídeo, consegui achar uma preciosidade! Uma entrevista concedida à Letras, Músicas e Outras Conversas pelo próprio Renato Russo sobre a composição de Andrea Doria.


Entrevista concedida a: Letra, Música e Outras Conversas - Leoni - Editora Gryphus, 1a. edição, pp. 66-67.


Leoni - Fiquei meio angustiado quando comecei a ouvir os discos porque às vezes não captava qual era o tema da letra. Eu achava que devia estar deixando escapar alguma coisa. Aí fiquei pensando em confessar a minha ignorância e perguntar. Andrea Doria, por exemplo...

Renato Russo- Ah, essa eu sei. Andrea Doria é a mesma coisa de Será: (com uma voz empostada) um jovem que quer mudar o mundo e que está tudo horrível. Uma coisa que a Legião sempre tem, uma menina da MTV colocou isso muito bem: parece muito um livro chamado Os Meninos da Rua Paulo. Se lembra do Nemetcheque? Era um menino todo bonzinho, queria fazer tudo direito e sempre tomava na cabeça. Ele acaba morrendo de pneumonia, parece. Seria um personagem como ele que estaria cantando essas músicas. É um jovem que acredita na virtude, em fazer as coisas corretamente, de acordo com as regras e fica batendo contra a parede porque esse mundo não funciona.

Renato Russo- Andrea Doria coloca bem isso, a questão da juventude, ter sonhos, fazer planos e esbarrar neste mundo de hipocrisia, de mentira, do capitalismo, de consumismo e a gente fica sem saber o que fazer. Andrea Doria é um navio mesmo. A idéia era fazer uma imagem meio E La Nave Va e coisas que talvez eu nunca me lembre porque entraram na letra. Na hora de escolher o título da música fizemos um monte de mitologias para a coisa ficar legal. Eu me lembro que Andrea Doria é um navio que afundou, a idéia era para ser: naufrágio. E no caso Andrea Doria é uma menina. O que ligou a música toda foi uma conversa que eu tive com a Luciana, mãe do Bi , e com a Tetê , no Crepúsculo de Cubatão . As duas estavam reclamando da vida ser muito difícil e a Tetê estava meio deprimida. Fiquei pensando: "Que coisa chata". Porque eram coisas que eu sentia também. Nem sempre adianta ser bom, ser honesto.

Renato Russo - Peguei essa situação inicial e fiz a música que é um diálogo entre uma menina que era cheia de vida, alegria e planos e que sempre me deu força e que nesse instante é quem está derrubada. Aí então sou eu falando para ela. Tem coisas que fala para mim e tem coisas que falo para ela: "Às vezes parecia que de tanto acreditar em tudo que achávamos tão certo/ Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais". É aquela coisa dos planos, o mundo está horrível, mas nós vamos conseguir, vamos juntos etc. Aí no meio do caminho: "Mas percebo agora que o seu sorriso vem diferente/ Quase parecendo te ferir". Quando você entra no mundo adulto se não tomar cuidado deixa entrar o cinismo, fica "jaded" .

Renato Russo - a música é uma conversa em cima disso: "Olha, realmente a coisa é difícil, mas não é por aí". Termina justamente falando: "A gente tem toda a sorte do mundo", sem especificar, que bem ou mal a gente não é favelado, não morre de fome. "Sei que tenho sorte, como sei que tens também". Uma das grandes temáticas das letras é exatamente essa, só que são sempre pequenas situações, colocadas de um certo jeito que a pessoa interpreta de outra maneira. Sempre tem uma historinha, uma mitologia.


Um abração a todos ! i Hasta luego!

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quarta-feira, agosto 11, 2010

No Ciclo Eterno (Ricardo Reis)

" No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos. "
(Ricardo Reis)

domingo, agosto 08, 2010

La Valse d'Amelie.

Olá, poetas nessa vida! Tudo bem?!
Ontem, quando comentei num blog de um amigo sobre música, me lembrei de uma que gosto muito. Acredito que a música é uma das melhores invenções que o ser humano já criou , e uma das suas mais lindas manifestações artísticas também. Então resolvi postar a belíssima canção de Yann Tiersen, “La Valse d’Amelie”, aqui, no blog. Só hoje, enquanto lia um livro, devo ter ouvido umas trinta vezes . Sim! É verdade. Tenho essa mania meio bizarra de , quando gosto de uma canção, ouço umas “trocentas” vezes sem parar. Passa um tempo, deixo-a só um pouquinho de lado, vem a saudade e, ouvi-la novamente, é sentir a mesma emoção e encanto. Fazer o quê se sou assim? Se "recordar é viver... Então eu vivo!

Um beijão, e boa música!

sexta-feira, agosto 06, 2010

Só um lembrete de Roberto Shinyashiki e Mário Quintana...

Olá!

A matéria se trata de uma entrevista concedida a revista Istoé pelo psiquiatra e psicoterapeuta Roberto Shinyashiki, que muito de vocês devem conhecer ou terem ouvido falar.  No final dessa postagem, o poeta Mário Quintana também deixou um lembrete para vocês. Au revoir!

ISTOÉ – Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus, isso é uma verdade?

Shinyashiki – A sociedade quer definir o que é certo. Jeito certo não existe. Isso é uma loucura. São quatro loucuras da sociedade:

A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais.

A segunda loucura é: “Você tem de estar feliz todos os dias.”

A terceira é: “Você tem que comprar tudo o que puder.”
O resultado é esse consumismo absurdo.

Por fim, a quarta loucura: “Você tem de fazer as coisas do jeito certo.”
Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas.

As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade.

Felicidade não é uma meta...

...mas um estado de espírito.

Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você precisa ser feliz tomando sorvete...

... ou levando os filhos para brincar.



Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: “Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero ser feliz.”

Roberto Shinyashiki :

“... eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.”

Muitos, na hora da morte... “ dizem se arrepender por ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida...”

Mário Quintana também tem um lembrete: “Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.”

Pense nisso...
Um beijão!

terça-feira, julho 27, 2010

Pessoas...




" Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha.
É porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra!
Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só
porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós.
Essa é a mais bela responsabilidade da vida
e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso. "

(Charles Chaplin)



Para os queridos
amigos que visitam, seguem o blog, comentam ou curtem os textos por mim escritos.
Dedico essa poesia para vocês... Pessoas!
Um grande abraço, queridos!
Si.